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América Latina triplica produção científica

Agência FAPESP - 27/10/2004


O número de artigos científicos publicados por pesquisadores de países latino-americanos quase triplicou em pouco mais de dez anos, tendo passado de 5,6 mil em 1988 para 16,3 mil em 2001. Os dados são de um estudo que acaba de ser divulgado pela National Science Foundation, principal agência de fomento a pesquisa dos Estados Unidos.

O crescimento de 191% é muito superior ao verificado em outras regiões com países em desenvolvimento, como o Norte da África (86%), a Ásia (133%) ou o Leste Europeu, Rússia e ex-repúblicas soviéticas (queda de 19%). Os números foram obtidos do Institute for Scientific Information, da Divisão de Estatísticas da NSF e de outros serviços norte-americanos que lidam com informações científicas.

A análise da NSF verificou que o bom desempenho da América Latina se concentrou em quatro países, Brasil, Argentina, Chile e México, responsáveis por perto de 90% dos artigos publicados em 2001. Outro ponto importante destacado pelo estudo é que os pesquisadores da região passaram a publicar mais em periódicos com maior prestígio, como a Nature e a Science.

"Esse crescimento é importante não apenas para as Américas mas para toda a crescente comunidade de nações que reconhece a importância de se atingir o progresso por meio da ciência e da tecnologia", disse Arden Bement, diretor da NSF, em comunicado da instituição. "Trata-se de uma tendência que indica que o antigo desejo de ter uma maior diversidade geográfica em relação à produção científica está finalmente sendo atingido."

Entre os países latino-americanos, o maior aumento ocorreu no Brasil. Segundo a agência norte-americana, o número de artigos publicados pelos pesquisadores brasileiros quadruplicou de 1988 a 2001. No México, o total triplicou. Em uma análise per capita, Argentina e Chile produzem mais. Os dois países tiveram uma média de 70 artigos publicados para cada 1 milhão de habitantes de 1999 a 2001. No Brasil, a média no período ficou em 39.

Por área de conhecimento, a maior produção foi em engenharia e tecnologia, seguido por biologia e saúde em geral. As áreas de ciências sociais apresentaram taxa de crescimento abaixo da média.

Outro importante indicador do aumento da importância da ciência latino-americana são as citações. De 1988 a 2001, o número de citações para a literatura científica da região triplicou. No período, a América Latina pulou de 14% para 20% entre os blocos de países em desenvolvimento em relação ao total de citações.

"Esse aumento poderia se explicar por uma maior tendência dos autores em citar artigos de pesquisadores de seus próprios países, mas os dados obtidos apontam que a maior parte do crescimento deriva de trabalhos feitos em outras regiões que citam os artigos latino-americanos", afirmou Derek Hill, da Divisão de Estatísticas Científicas da NSF e coordenador do estudo.

A análise da agência do governo dos Estados Unidos ressalta outro aumento significativo: no número de autores latino-americanos colaborando com pesquisadores de outras regiões. Enquanto em 1988 23% da produção feita na América Latina era assinada também por cientistas estrangeiros, em 2001 o total subiu para 43%. Em 1988, os brasileiros colaboraram com colegas de 46 países. Em 2001, a parceria científica pulou para 103 nações.

O estudo completo está disponível no site da NSF (veja quadro Para Navegar).

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