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Informática

Transmeta: quatro anos e meio de segredos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2001


O tão secreto processador que a empresa Transmeta devolveu, finalmente foi lançado. E suas expectativas não são modestas. A empresa pretende rivalizar com a Intel. Além das características técnicas, a empresa destacou dois pontos que, espera-se, farão de seus produtos um sucesso de mercado: o baixo preço e o baixo consumo de energia. Essas duas características deverão habilitar seus chips a ocuparem o mercado de equipamentos portáteis, permitindo notebooks que funcionam o dia todo sem precisar recarregar as baterias.

Mas é impossível não se tocar numa característica técnica ímpar desses processadores. Eles possuem uma camada de software embutida, que recebe as instruções do programa e traduz essas instruções para o hardware. Com isso, é possível, atualizar o processador sem troca de hardware. E, mais importante, pode-se fazê-lo compatível com qualquer sistema operacional. Portanto, apesar de terem seu próprio desenho, eles poderão rodar os programas feitos para a plataforma Intel. Na verdade, os processadores da Transmeta podem emular qualquer outro processador. Algumas instruções feitas no "hardware" no x86 foram implementadas por software. A tecnologia foi batizada de Code Morphing

Chamados de Crusoe, os processadores foram lançados em dois modelos:

- Crusoe TM3120, 400 Mhz, destinado a dispositivos de mão e aplicativos para Internet, rodando Linux. Linus Torvalds, criador do Linux e participante do desenvolvimento do processador, disse que uma versão especial do Linux será lançada para ele, chamada "Mobile Linux". O processador deverá custar entre US$65 (333 Mhz) e US$89 (400 Mhz) e será fabricado pela IBM.

- Crusoe TM5400, com velocidades de 500 a 700 Mhz, incluindo um cache secundário de 256K integrado. Eles dissipam apenas cerca de 1 watt de potência. Serão destinados a aplicações Windows e deverão custar entre US$119 (500 Mhz) e US$329 (700 Mhz).

Para se ter uma idéia do baixo consumo (o Crusoe 5400 consome cerca de 1 watt), um Intel Celeron consome entre 4 e 10 watts. A Intel acabou de lançar um Pentium III para computadores de mão, com características novas de gerenciamento de energia. Mas, quando funcionando com as baterias, o processador consome 6 watts, e 11 watts quando conectado à rede elétrica. A empresa batizou seu gerenciamento de energia de "Long Run": à medida em que vai executando um programa, o processador vai analisando as necessidades de cálculo e ajustando automaticamente sua velocidade (isto é, aumentando ou diminuindo o consumo de energia). Esses ajustes podem ser feitos milhares de vezes por segundo, propiciando o menor consumo possível de energia, o que é crucial em equipamentos portáteis. Segundo a empresa, o Crusoe TM3120 pode permitir que um notebook rode um filme a partir de um DVD durante três horas seguidas.

É cedo para se comparar diretamente o desempenho dos processadores da Transmeta contra os da Intel, AMD etc..São projetos totalmente diferentes e a comparação direta pelo "clock" não é válida. O processador da Transmeta utiliza uma camada extra de software para traduzir os comandos que recebe e isso provavelmente redundará em desempenho inferior. Mas os Crusoe possuem um cache que reutiliza as traduções já feitas...

A Intel admitiu que a combinação software-processador tem grande potencial, mas não é uma ameaça direta à empresa no momento.

A Transmeta entra agora na difícil etapa de convencer os fabricantes a utilizarem seus processadores, o que esbarra em vários obstáculos. O principal deles é demonstrar que a empresa tem capacidade de produção e entrega no prazo. Esse problema já deu sérios prejuízos à Cyrix, comprometendo seu mercado.



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