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Energia

Bateria de magnésio atinge operação estável em temperatura ambiente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/11/2025

Bateria de magnésio atinge operação estável em temperatura ambiente
Teste da bateria de magnésio, cujo protótipo foi construído no formato de botão, ou célula tipo moeda, no padrão 2032 (20 é o diâmetro e 32 é a altura, ambos em mm).
[Imagem: Tomoya Kawaguchi et al. - 10.1038/s43246-025-00921-0]

Bateria de íons de magnésio

Entre as tecnologias alternativas às baterias de íons de lítio têm-se destacado as baterias de íons de magnésio, graças à sua maior capacidade volumétrica e resistência à formação de dendritos, os grandes causadores dos curtos-circuitos das baterias atuais.

"A razão pela qual o magnésio não tem sido o principal material usado em baterias é devido a uma reação lenta que impede o funcionamento em temperatura ambiente," explica Tetsu Ichitsubo, da Universidade de Tohoku, no Japão. "Imagine se as baterias dos seus dispositivos só funcionassem em temperaturas extremas. Seriam praticamente inúteis para o dia a dia."

Sabendo disso, a equipe trabalhou sobre as deficiências e desenvolveu um protótipo de bateria recarregável de magnésio que supera vários dos desafios enfrentados pelo armazenamento de energia à base de magnésio.

O maior feito foi conseguir que a bateria funcione a temperatura ambiente, abrindo caminho para um bateria de carregamento rápido feita com materiais sustentáveis - o magnésio representa cerca de 2,5% da massa da crosta terrestre, o que o torna o oitavo elemento mais abundante, enquanto o lítio representa apenas cerca de 0,004%.

Bateria de magnésio atinge operação estável em temperatura ambiente
Vantagens da utilização de cátodos de óxido amorfo e da configuração das células das atuais baterias recarregáveis de magnésio.
[Imagem: Tomoya Kawaguchi et al. - 10.1038/s43246-025-00921-0]

É o magnésio mesmo que faz a diferença

Entre as diversas inovações alcançadas pela equipe estão a introdução de um volume livre estrutural, o controle do tamanho das partículas em nanoescala e a compatibilidade dos eletrodos com eletrólitos avançados.

Mas aqui também há uma estrela brilhando mais do que as outras: Um novo cátodo de óxido amorfo (Mg0,27Li0,09Ti0,11Mo0,22O), que se baseia em um processo de troca iônica entre lítio e magnésio, criando caminhos de difusão que permitem que os íons de magnésio se movam com mais facilidade.

Como resultado, o cátodo suporta a inserção e a extração reversíveis dos íons de magnésio à temperatura ambiente.

"Nós criamos um protótipo de célula completa para testar esta bateria em funcionamento e descobrimos que ela é capaz de descarregar energia suficiente mesmo após 200 ciclos," contou Ichitsubo. "Foi o suficiente para alimentar continuamente um diodo emissor de luz (LED) azul. Isso é empolgante, porque demonstrações anteriores de baterias recarregáveis de magnésio apresentaram tensões de descarga negativas, o que significa que elas não conseguiam fornecer energia utilizável."

A equipe também investigou o mecanismo subjacente desta bateria, confirmando que a capacidade observada se origina da verdadeira intercalação do magnésio. Isso diferencia o sistema de protótipos anteriores, nos quais reações secundárias dominavam as reações, e não o movimento de íons de magnésio. Isso torna a demonstração um avanço robusto rumo a baterias de magnésio práticas.

Bibliografia:

Artigo: Amorphous oxide cathode enabling room-temperature rechargeable magnesium batteries
Autores: Tomoya Kawaguchi, Hikari Sakurai, Shusuke Fukui, Xiatong Ye, Hongyi Li, Toshihiko Mandai, Norihiko L. Okamoto, Tetsu Ichitsubo
Revista: Communications Materials
Vol.: 6, Article number: 203
DOI: 10.1038/s43246-025-00921-0
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