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Eletrônica

Câmera digital é miniaturizada ao tamanho de um grão de sal

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/11/2021

Câmera digital é miniaturizada ao tamanho de um grão de sal
A chave da inovação está nas metassuperfícies, onde mais de um milhão de antenas capturam a luz com grande precisão.
[Imagem: Princeton University]

Câmera do tamanho de um grão de sal

Pesquisadores das universidades de Princeton e Washington, nos EUA, desenvolveram uma câmera digital ultracompacta, do tamanho de um grão de sal grosso.

A chave para a miniaturização está nas já famosas metassuperfícies, superfícies repletas de microantenas capazes de manipular a luz de formas determinadas e muito precisas - elas são a versão plana dos metamateriais, aqueles dos mantos de invisibilidade.

As metassuperfícies agora já estão sendo pesquisadas para aplicações que vão dos computadores quânticos à geração de energia mecânica, mas elas fizeram sua estreia há poucos anos viabilizando a criação de lentes planas, que são várias ordens de grandeza menores e mais finas do que as tradicionais lentes de vidro.

Ethan Tseng e seus colegas criaram uma lente plana contendo cerca de 1,6 milhão de microantenas, no formato de pinos cilíndricos, tudo fabricado com a mesma tecnologia usada para fazer os chips de computador.

Cada antena precisa ter uma geometria única para dar forma correta a toda a frente de onda. Com a ajuda de algoritmos baseados em aprendizado de máquina, as interações das nanoantenas com a luz se combinam para produzir imagens da mais alta qualidade e o mais amplo campo de visão para uma câmera de metassuperfície colorida desenvolvida até hoje.

Câmera digital é miniaturizada ao tamanho de um grão de sal
Esquema de funcionamento e imagens captadas com uma câmera atual similar (esquerda) e com a nova microcâmera (direita).
[Imagem: Ethan Tseng et al. - 10.1038/s41467-021-26443-0]

Superfícies que enxergam

A câmera produz imagens nítidas e coloridas no mesmo nível de uma lente de câmera composta convencional com um volume 500.000 vezes maior.

Quando comparada a câmeras com a mesma tecnologia de nanoantenas ópticas, porém, o novo protótipo ganha disparado, mostrando imagens nítidas onde só se conseguiam capturar imagens borradas.

A equipe afirma que sua nova microcâmera poderá viabilizar exames de endoscopia minimamente invasivas, a criação de robôs médicos para diagnosticar e tratar doenças e ainda melhorar a imagem de outros robôs com restrições de tamanho e peso, incluindo drones.

Outra possibilidade seria juntar centenas ou milhares dessas microcâmeras para criar dispositivos maiores e mais versáteis.

"Poderíamos transformar superfícies individuais em câmeras com resolução ultra-alta, para que você não precisasse mais de três câmeras na parte de trás do seu telefone, mas toda a parte de trás do seu telefone se tornaria uma câmera gigante. Podemos pensar em maneiras completamente diferentes de construir dispositivos no futuro," disse o professor Felix Heide, coordenador da equipe.

Bibliografia:

Artigo: Neural nano-optics for high-quality thin lens imaging
Autores: Ethan Tseng, Shane Colburn, James Whitehead, Luocheng Huang, Seung-Hwan Baek, Arka Majumdar, Felix Heide
Revista: Nature Communications
Vol.: 12, Article number: 6493
DOI: 10.1038/s41467-021-26443-0
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