Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/09/2025

Mira espacial
Em Setembro de 2022, a sonda espacial DART chocou-se com o asteroide Dimorfo, naquela que foi a primeira demonstração de uma tecnologia de defesa planetária, para ver como impactos podem ajudar a desviar asteroides ou cometas que entrem em rota de colisão com a Terra.
Os resultados científicos mostraram que a técnica é factível, mas agora cientistas descobriram que será necessário dar uma atenção especial à pontaria quando o impacto for para valer.
O problema é que acertar a superfície de um asteroide indiscriminadamente traz um risco substancial de lançar o asteroide através de um "buraco de fechadura gravitacional", que o enviará de volta para atingir a Terra mais tarde.
Quando a sonda DART atingiu Dimorfo não havia tanta preocupação, já que o sistema Dídimo é massivo demais para ser desviado para uma rota de colisão com a Terra. No entanto, para outro asteroide perigoso orbitando o Sol, mesmo uma pequena variação em sua órbita poderia enviá-lo através de uma rota perigosa.
"Mesmo que intencionalmente empurremos um asteroide para longe da Terra com uma missão espacial, precisamos garantir que ele não caia em um desses buracos de fechadura depois. Caso contrário, enfrentaremos a mesma ameaça de impacto novamente no futuro," disse Rahil Makadia, da Universidade de Illinois, nos EUA.

Buraco de fechadura gravitacional
O efeito buraco de fechadura envolve uma pequena região do espaço onde a gravidade de um planeta pode modificar a órbita de um asteroide que passa, de modo que ele retorne em rota de colisão com esse planeta posteriormente. Dessa forma, um buraco de fechadura gravitacional acaba criando órbitas mais perigosas.
Se uma missão de impacto cinético, semelhante à DART, empurrar um asteroide de modo que ele passe por um buraco de fechadura gravitacional, isso apenas adiará o perigo.
A saída, portanto, é encontrar o melhor ponto na superfície do asteroide para mirar o impacto, de modo que as chances de empurrá-lo através do buraco da fechadura sejam minimizadas.
Não é uma tarefa tão simples quanto mirar em um alvo de tiro porque não há círculos concêntricos marcados no asteroide, e menos ainda uma mosca, o ponto central do alvo. Na verdade, cada ponto na superfície de cada asteroide tem uma probabilidade diferente de enviá-lo através de um buraco de fechadura gravitacional após um impacto cinético.
Para lidar com essa dificuldade, a equipe desenvolveu uma técnica para calcular mapas de probabilidade da superfície de um asteroide. O método utiliza os resultados do DART como guia, embora cada asteroide, com suas próprias características, seja diferente, de modo que precisaremos de mais dados, o que significa mais testes de impacto em outros asteroides.
Visitar o asteroide antes
O estudo da equipe mostrou que primeiro é necessário caracterizar a forma do asteroide, a topologia da sua superfície (colinas, crateras, etc.), a rotação e a massa.
Em condições ideais, isso seria feito com uma missão espacial para se aproximar do asteroide, produzindo imagens e dados de alta resolução. Infelizmente isso pode não ser possível para todos os asteroides ameaçadores, especialmente se o tempo entre a descoberta da ameaça e o impacto na Terra for curto.
"Felizmente, toda essa análise, pelo menos em nível preliminar, é possível usando apenas observações terrestres, embora uma missão de encontro seja preferível," comentou Makadia.
 
 
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