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Materiais Avançados

Violino biotecnológico usa madeira modificada por fungos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/08/2022

Violino biotecnológico usa madeira modificada por fungos
O instrumento é uma cópia exata de um violino Guarneri, de 1724.
[Imagem: Empa]

Bioviolino

Há mais de uma década, a equipe do professor Francis Schwarze, do instituto suíço EMPA, vem trabalhando para construir um violino usando madeira tratada por fungos.

Agora eles chegaram a um nível em que o violino superou seus concorrentes comerciais, sendo finalmente escolhido por uma solista renomada para uma apresentação em um concerto.

"Eu estou muito satisfeito que o violino agora deixe seu berço no laboratório e possa se provar no palco com uma excelente musicista," disse o professor Schwarze. O violino será tocado por Irina Pak, solista de várias orquestras e convidada de maestros famosos.

O instrumento, que seus criadores chamam de "violino biotecnológico", é uma cópia exata de um violino Guarneri de 1724. O antigo violino foi construído por Guarneri del Gesù (1698-1744), que, como seu contemporâneo Stradivari, criou instrumentos em Cremona, na Itália, que eram muito procurados por seu som especial.

As primeiras análises acústicas comparativas do original e de sua cópia biotecnológica foram promissoras.

Violino biotecnológico usa madeira modificada por fungos
Irina Pak entusiasmou-se ao fazer os primeiros testes com o violino biotecnológico.
[Imagem: Empa]

Madeira tratada com fungo

A biotecnologia usada para construir o violino consiste em deixar a madeira ser atacada, de forma controlada, pelo fungo da podridão branca (Physisporinus vitreus), um fungo associado com a decomposição de matéria orgânica.

O fungo quebra as células da madeira de maneira direcionada, alterando as propriedades acústicas da madeira.

O controle do ataque é feito por imagens de ultrassom, para garantir que a madeira seja alterada de forma homogênea, produzindo um som consistente em toda a sua extensão - para este violino, a madeira ficou mergulhada em uma solução fúngica por nove meses.

O projeto continua em andamento, visando melhorar as propriedades acústicas da madeira de forma reprodutível e em condições padronizadas. Segundo o professor Schwarze, esse tipo de modificação biotecnológica da madeira também pode evitar gargalos no fornecimento ou a escassez de madeiras valiosas.

O objetivo, destaca o pesquisador, é transformar matérias-primas em madeiras de exceção e, assim, promover a fabricação de instrumentos musicais tradicionais e de qualidade superior.

A equipe também já usou sua biotecnologia para criar pisos de madeira que geram eletricidade conforme você anda sobre eles.

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