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Cinco Tattooines: Planetas com dois sóis são potencialmente habitáveis

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/04/2021

Cinco Tattooines: Planetas com dois sóis são potencialmente habitáveis
Na verdade, planetas com dois sóis são mais comuns do que sistemas com apenas uma estrela.
[Imagem: StarWars-Disney/Divulgação]

Planetas com dois sóis

Quase meio século atrás, os criadores de Star Wars imaginaram um planeta desértico que sustentava a vida, Tatooine, que tinha a característica muito peculiar de ter dois sóis - ele orbitava um par de estrelas.

Agora, décadas depois, astrônomos encontraram indícios de que cinco sistemas com estrelas múltiplas são possíveis candidatos para sustentar a vida.

A equipe desenvolveu um sistema de análise matemática para avaliar as condições desses sistemas peculiares e comprovou que, apesar da complexa interação entre duas estrelas, eles suportam uma zona habitável permanente, uma região em torno das estrelas na qual a água líquida poderia persistir na superfície de quaisquer planetas rochosos como a Terra.

Os sistemas estelares são Kepler-34, Kepler-35, Kepler-38, Kepler-64 e Kepler-413 - todos foram descobertos com o telescópio espacial Kepler, projetado para procurar por outras terras. Eles estão a distâncias entre 2.764 e 5.933 anos-luz da Terra, nas constelações de Lira e Cisne.

Destes sistemas, o Kepler-64 é conhecido por ter pelo menos quatro estrelas orbitando uma à outra em seu centro, enquanto os outros têm duas estrelas. Todos são conhecidos por terem pelo menos um planeta gigante do tamanho de Netuno ou maior.

Doze dos exoplanetas descobertos pelo Kepler são "circumbinários", ou seja, orbitam um par de estrelas. De fato, os sistemas binários - com dois sóis - são comuns e estima-se que representem entre metade e três quartos de todos os sistemas estelares.

Até agora, apenas exoplanetas gigantes foram descobertos em sistemas binários, mas é provável que planetas e luas menores como a Terra simplesmente tenham escapado da detecção.

Cinco Tattooines: Planetas com dois sóis são potencialmente habitáveis
O primeiro planeta com dois sóis foi descoberto em 2011.
[Imagem: David A. Aguilar (CfA)]

Zonas habitáveis em sistemas binários

Para chegar a essas conclusões, os astrônomos primeiro derivaram equações que levam em consideração a classe, massa, luminosidade e distribuição de energia espectral das estrelas; o efeito gravitacional adicionado do planeta gigante conhecido; sua excentricidade (isto é, o grau de elipticidade da órbita), o semieixo maior e o período da órbita hipotética de um planeta semelhante à Terra; a dinâmica da intensidade e do espectro da radiação estelar que incide sobre sua atmosfera; e sua "inércia climática", ou seja, a velocidade com que a atmosfera responde às mudanças na irradiação.

Eles então olharam para nove sistemas estelares binários com planetas gigantes já confirmados, para determinar se poderiam existir zonas habitáveis neles e se essas zonas são tranquilas o suficiente para abrigar mundos potencialmente sustentadores de vida.

Os dados mostraram cinco candidatos potenciais, o que é uma prova de princípio de que a presença de planetas gigantes internos em sistemas binários não exclui a existência de mundos potencialmente sustentadores de vida, como se acreditava.

"Já sabemos há algum tempo que sistemas estelares binários sem planetas gigantes têm o potencial de abrigar mundos habitáveis. O que mostramos aqui é que, em uma grande fração desses sistemas, planetas semelhantes à Terra podem permanecer habitáveis mesmo na presença de planetas gigantes," disse o professor Ian Dobbs-Dixon, da Universidade Nova York de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

"Nosso melhor candidato para hospedar um mundo potencialmente habitável é o sistema binário Kepler-38, a aproximadamente 3.970 anos-luz da Terra, e conhecido por conter um planeta do tamanho de Netuno," completou seu colega Nikolaos Georgakarakos.

Bibliografia:

Artigo: Circumbinary Habitable Zones in the Presence of a Giant Planet
Autores: Nikolaos Georgakarakos, Siegfried Eggl, Ian Dobbs-Dixon
Revista: Frontiers in Astronomy and Space Sciences
DOI: 10.3389/fspas.2021.640830
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