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Descobertos mais de 70 planetas errantes, que não orbitam estrelas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/12/2021

Descobertos mais de 70 planetas errantes, que não orbitam estrelas
Esta concepção artística mostra um exemplo de um planeta nômade com o complexo de nuvens Rô Ofiúco visível ao fundo.
[Imagem: ESO/M. Kornmesser]

Planetas errantes

Planetas errantes, nômades ou livres, têm massas comparáveis às dos planetas do nosso Sistema Solar, com a diferença de que eles que não orbitam estrela alguma, vagueando livremente por conta própria.

Até agora não se conheciam muitos objetos deste tipo por causa de seu pequeno brilho - o primeiro candidato a planeta errante, vagando pelo espaço sem estrela, foi descoberto em 2012.

Utilizando dados de vários telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul) e de outros observatórios, inclusive espaciais, uma equipe internacional de astrônomos acaba de descobrir no mínimo 70 novos planetas errantes na nossa galáxia - dada a incerteza da idade da região estudada, o novo método de análise nos dá um número de planetas errantes entre 70 e 170.

De qualquer forma, trata-se do maior grupo deste tipo de planetas já descoberto, um passo importante para a nossa compreensão das origens e estrutura desses misteriosos nômades galácticos.

"Não sabíamos quantos planetas esperar e estamos muito entusiasmados por ter encontrado tantos!", disse Núria Miret-Roig, astrônoma no Laboratório de Astrofísica de Bordeaux, na França, e na Universidade de Viena, na Áustria.

Descobertos mais de 70 planetas errantes, que não orbitam estrelas
Esta imagem mostra a localização de 115 potenciais planetas nômades descobertos por uma equipe de astrônomos na direção das constelações do Escorpião e de Ofiúco, destacados com círculos vermelhos.
[Imagem: ESO/N. Risinger]

Como enxergar planetas nômades

Planetas nômades, que se deslocam longe de qualquer estrela que os ilumine, seriam normalmente impossíveis de observar. No entanto, Miret-Roig e a sua equipe tiraram proveito do fato de, alguns milhões de anos após a sua formação, estes planetas estariam ainda suficientemente quentes para brilharem, o que os torna diretamente detectáveis pelas câmaras sensíveis dos grandes telescópios.

Para encontrar tantos planetas nômades, a equipe utilizou dados que cobrem um intervalo observacional de 20 anos. "Medimos os movimentos minúsculos, as cores e as luminosidades de dezenas de milhões de fontes numa enorme área do céu," contou Miret-Roig. "Essas medições nos permitiram identificar de forma segura os objetos mais tênues desta região, os planetas livres."

O estudo sugere que poderão existir muito mais desses planetas errantes que ainda não descobrimos. "Pode haver vários bilhões desses planetas gigantes que vagueiam livremente pela Via Láctea sem estrela hospedeira", estima Hervé Bouy, membro da equipe.

O estudo desses planetas livres recentemente descobertos poderá dar aos astrônomos pistas de como é que estes objetos misteriosos se formam. Alguns cientistas acreditam que os planetas nômades se formam a partir do colapso de uma nuvem de gás que seria muito pequena para levar à formação de uma estrela, ou então que esses planetas poderão ter sido ejetados do seu sistema original. No entanto, qual mecanismo é mais provável permanece desconhecido.

Bibliografia:

Artigo: A rich population of free-floating planets in the Upper Scorpius young stellar association
Autores: Núria Miret-Roig, Hervé Bouy, Sean N. Raymond, Motohide Tamura, Emmanuel Bertin, David Barrado, Javier Olivares, Phillip A. B. Galli, Jean-Charles Cuillandre, Luis Manuel Sarro, Angel Berihuete, Nuria Huélamo
Revista: Nature Astronomy
DOI: 10.1038/s41550-021-01513-x
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