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Telescópio infravermelho desnuda galáxias espirais

Com informações do ESO - 28/10/2010

Telescópio infravermelho desnuda galáxias espirais
Ao observar um grupo de seis galáxias na faixa do infravermelho, o telescópio VLT viu através da poeira e dos gases que as encobrem, revelando seus braços em detalhes nunca vistos.
[Imagem: ESO/P. Grosbøl]

Espirais perfeitas

Seis magníficas galáxias espirais foram observadas sob uma nova luz pelo Very Large Telescope do ESO (VLT), localizado no Observatório do Paranal, no Chile.

As seis galáxias fazem parte de um estudo sobre a estrutura espiral, liderado por Preben Grosbøl, do ESO. Os dados foram adquiridos no intuito de tentar compreender as maneiras complexas e sutis pelas quais as estrelas nestes sistemas formam estruturas espirais tão perfeitas.

A primeira imagem mostra a NGC 5247, uma galáxia espiral dominada por dois enormes braços, situada a a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância, na constelação zodiacal da Virgem. Essa galáxia tem a "face" voltada para a Terra, o que dá uma excelente visão da sua estrutura em espiral.

A galáxia na segunda imagem é a Messier 100, também conhecida como NGC 4321, descoberta no séc. XVIII. É um bom exemplo de uma galáxia espiral grande - uma classe de galáxias com braços espirais muito proeminentes e bem definidos.

A cerca de 55 milhões de anos-luz de distância, a Messier 100 faz parte do enxame de galáxias da Virgem e situa-se na constelação da Cabeleira de Berenice (assim chamada devido à rainha do antigo Egipto Berenice II).

A terceira imagem é da NGC 1300, uma galáxia espiral com braços que se estendem a partir das pontas de uma barra central muito proeminente. Esta galáxia é considerada um protótipo das galáxias espirais barradas e situa-se a uma distância de cerca de 65 milhões de anos-luz, na constelação de Erídano.

A galáxia espiral na quarta imagem, NGC 4030, situa-se a cerca de 75 milhões de anos-luz de distância, na constelação da Virgem. Em 2007 Takao Doi, um astronauta japonês e também astrônomo amador, descobriu nesta galáxia uma supernova - uma explosão estelar que, por um breve período, torna-se quase tão brilhante quanto sua galáxia inteira.

A quinta imagem, da NGC 2997, é uma galáxia espiral a cerca de 30 milhões de anos-luz de distância, na constelação da Máquina Pneumática. A NGC 2997 é o membro mais brilhante de um grupo de galáxias com o mesmo nome, no Super Enxame Local de galáxias. O nosso próprio Grupo Local, do qual faz parte a Via Láctea, é igualmente um membro do Super Enxame Local.

Por último, mas não menos importante, a NGC 1232 é uma bonita galáxia situada a cerca de 65 milhões de anos-luz de distância na constelação de Erídano.

É uma galáxia classificada como uma espiral intermediária - algo entre uma espiral barrada e uma espiral sem barra. Uma das primeiras imagens que o VLT obteve foi precisamente uma imagem no óptico desta galáxia e da sua pequena companheira NGC 1232A.

Câmera de infravermelho

As imagens foram obtidas no infravermelho com a câmara HAWK-I e ajudarão os astrônomos a compreender como se formam e evoluem as extraordinárias formas espirais das galáxias.

A HAWK-I (High-Acuity Wide-field K-band Imager) é uma das mais recentes e potentes câmeras montadas no Very Large Telescope do ESO (VLT). Ela trabalha no infravermelho, o que significa que grande parte da poeira que obscurece os braços em espiral das galáxias se torna transparente para seus sensores.

Comparada com a câmara infravermelha anterior do VLT, que se chamava ISAAC, a HAWK-I tem dezesseis vezes mais pixels e cobre uma área do céu muito maior de uma só vez. Ela utiliza uma tecnologia mais recente e tem maior sensibilidade à radiação infravermelha fraca.

A HAWK-I é ideal para estudar a enorme quantidade de estrelas velhas que compõem os braços em espiral, por conseguir remover os efeitos da poeira e do gás brilhante.

Como nos mostra esta galeria galáctica, a HAWK-I permite observar a estrutura em espiral destas seis galáxias com extremo detalhe e com uma claridade apenas possível quando observada no infravermelho.

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