Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/05/2025
Transiente de período longo
Astrônomos descobriram um novo fenômeno cósmico, que pode ser um corpo celeste ou um conjunto de corpos celestes, que nunca havia sido visto até hoje.
O objeto, catalogado como ASKAP J1832-0911, emite simultaneamente pulsos de ondas de rádio e de raios X, e faz isso por dois minutos a cada 44 minutos.
Nenhuma teoria consegue explicar as três coisas ao mesmo tempo. Esta é a primeira vez que objetos periódicos, conhecidos como "transientes de período longo" (TPLs), foram detectados em raios X. Os astrônomos esperam que isso possa fornecer informações sobre as fontes de sinais misteriosos semelhantes já observadas no céu, mas que também aguardam por explicações mais convincentes.
Os TPLs conhecidos emitem pulsos de rádio com intervalos de minutos a horas, e só foram descobertos em 2022. Desde então, 10 TPLs (transientes de período longo) foram descobertos por astrônomos em todo o mundo. Atualmente, não há uma explicação clara sobre o que causa esses sinais, ou por que eles "ligam" e "desligam" em intervalos tão longos, regulares e incomuns - outros transientes variam suas emissões na faixa dos milissegundos.
Mas a associação da emissão de radiofrequência com os raios X é uma novidade absoluta, e vem aumentar o enigma.
"Este objeto é diferente de tudo que já vimos antes," disse Ziteng Wang, do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia (ICRAR), na Austrália.
Radiofrequência e raios X
O ASKAP J1832-0911 está localizado em nossa própria galáxia Via Láctea, a cerca de 15.000 anos-luz da Terra, o que facilitará um pouco seu estudo.
Como os raios X têm uma energia muito maior do que as ondas de rádio, qualquer teoria para explicar este novo fenômeno deverá levar em conta ambos os tipos de emissão.
A equipe argumenta que é improvável que o objeto seja um pulsar ou uma estrela de nêutrons arrancando material de uma estrela companheira, já que suas propriedades não correspondem às intensidades típicas dos sinais de rádio e raios X desses objetos. Algumas das propriedades do ASKAP J1832-0911 poderiam ser explicadas por uma estrela de nêutrons com um campo magnético extremamente forte, chamada magnetar, mas outras características dele, como sua emissão de rádio muito forte e variável, são difíceis de explicar para um magnetar.
"O ASKAP J1832-0911 pode ser um magnetar, o núcleo de uma estrela morta com campos magnéticos poderosos, ou pode ser um par de estrelas em um sistema binário onde uma das duas é uma anã branca altamente magnetizada, uma estrela de baixa massa no final de sua evolução," arrisca o professor Wang. "No entanto, mesmo essas teorias não explicam completamente o que estamos observando. Esta descoberta pode indicar um novo tipo de física ou novos modelos de evolução estelar."
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